Muita gente, com o intuito de tentar voltar à rotina pré-pandemia, se questiona sobre o que de fato é esse novo normal. Errado está quem pensa que voltaremos ao patamar de 2019. O trabalho, a saúde e as finanças jamais serão as mesmas. Muitas empresas buscaram uma transformação radical e permanente.
Há muitas mudanças no dia a dia, é praticamente impossível prever o que um futuro a curto prazo nos reserva. É como se tivéssemos nascido novamente e tivéssemos que aprender como viver neste novo mundo.
Os pesquisadores não pararam e buscam, incansavelmente, respostas para o curto prazo. Nas conversas já feitas com líderes que detêm as chaves para as maiores e mais influentes forças de trabalho, percebemos algumas mudanças permanentes que ajudarão você a planejar as próximas estratégias da empresa.
Um desses líderes é Joe Bosch , ex-diretor de recursos humanos da DIRECTV. Ele diz que “qualquer um que pense que os próximos seis meses serão mais fáceis do que os últimos seis meses está enganado”. Para o bem ou para o mal, certamente não será o que muitos esperam.
Quando os novos livros de história forem escritos, 2021 será considerado um momento crítico de transição para uma economia mais inspirada na tecnologia. A pandemia acelerou a mudança em direção ao futuro de trabalho mais digital e os empregadores agora têm a capacidade de definir o caminho a seguir para os funcionários. Mas, para trazer um caminho que seja realmente promissor, é necessário reconhecer o cenário atual. E, quem consegue reconhecer? Quem irá aceitar que esse cenário não é nada otimista?
São esses quem se destacarão ao final desta crise que ficará para a história. O desafio que temos pela frente vale a pena, pois determinará o bem-estar das próximas gerações.
Agora, vamos conhecer as 3 coisas que definitivamente não teremos em 2021 e 2022:
1. O trabalho não será 100% remoto
A promessa de poder trabalhar e morar em qualquer lugar do mundo não é uma realidade tão glamurosa como todos pensam. Em pouco tempo iremos sofrer com os impactos de longo prazo na saúde da equipe e de forma individual. Os benefícios dos horários flexíveis são reais, mas precisamos urgentemente suprir a necessidade de conexão social, colaboração e criatividade. Enquanto esses pontos não forem supridos, os benefícios de trabalhar 100% remoto não serão suficientes.
Mala Singh, Chief People Officer (CPO) da Electronic Arts, prevê: “As empresas que publicaram declarações ousadas durante a pandemia sobre como operar podem ter que rever o curso nos próximos três ou cinco anos”. Uma das alternativas muito utilizadas é o modelo de escritório invertido, que é um estilo híbrido de trabalho, feito de forma presencial, mas nos próprios horários. Com esse modelo, continuaria havendo colaboração e criatividade, além de claro, trabalhar de forma remota quando desejado.
2. O futuro do trabalho não é fazer declarações ousadas sobre diversidade, equidade e inclusão
Esse foi um assunto bastante importante mundialmente. Ouvimos diversidade, equidade e inclusão dar seus primeiros passos nos Estados Unidos. Muitos empregadores responderam fazendo doações, declarações e compromissos de longo prazo com a mudança. A conversa irá muito além de declarações. No entanto, como Diane Gherson, ex-diretora de recursos humanos da IBM, afirmou com propriedade: “A conversa sobre DEI veio para ficar e não vai ser fácil”.
As empresas já disponibilizaram orçamentos significativos que se comprometem com iniciativas relacionadas a esses temas. O que 2020 serviu como declarações, 2021 e 2021 serão anos de implementação e, se tudo certo, colheita dos resultados destas iniciativas. “Agora, mais do que nunca, trata-se de considerar a dimensão da diversidade em todas as decisões de negócios. Como isso é valioso para o produto, para o design? Como a representatividade pode ajudá-lo a competir e vencer no mercado?”, disse o John Renfro, ex-diretor de recursos humanos da Disney e Capital Group.
3. O futuro do trabalho não se preocupa com os custos dos benefícios concedidos aos colaboradores
A crise de 2020 congelou muitos gastos. Entretanto, as empresas perceberam que o impacto dos benefícios de bem-estar não pode ser congelado. O professor de comportamento organizacional e recursos humanos da Universidade de Stanford, Hayagreeva Huggy, alertou ”precisamos melhorar o tecido social de apoio aos funcionários”. A saúde física e mental dos colaboradores tem impacto direto na produtividade e lucratividade dos negócios.
Isso significa que cada funcionário exigirá de um custo mais alto para a empresa. Mas, o engajamento, produtividade e retenção destes talentos vale cada centavo investido.“É imperativo que o CEO e o Conselho garantam que a equipe e suas famílias tenham acesso aos recursos e conhecimentos que precisam para ter bem-estar mental. As apostas são altas e os empregadores estão trabalhando duro para acertar”, comenta Michael Ross, ex-diretor de recursos humanos da Visa.
É um momento único na história da humanidade e temos muito o que aprender com essa crise. Você como líder tem ótimas oportunidades de desenvolvimento como profissional e também apoio para o desenvolvimento da sua equipe. Aproveite cada desafio desta época para fazer história na sua carreira profissional e também crescer e melhorar como ser humano.
https://forbes.com.br/carreira/2021/03/4-coisas-que-o-futuro-do-trabalho-nao-sera-em-2021/#foto4