O mundo está evoluindo e quem antes não tinha voz, passou a brigar por esse direito. No mercado de trabalho, isso torna-se reflexo das mudanças, onde empresas se adequam a diversidade necessária, seguindo com a missão e valores que destinam a sociedade. Por isso, nesse post você entenderá mais sobre a diversidade dentro do mercado de trabalho, seus benefícios e como implementá-la.
O que é a diversidade?
No dicionário, diversidade significa:
“É a reunião de tudo aquilo que apresenta múltiplos aspectos e que se diferenciam entre si, ex.: diversidade cultural, diversidade biológica, diversidade étnica, linguística, religiosa etc”.
Dentro do mercado de trabalho, entende-se como diversidade equipes compostas por colaboradores de diferentes idades, gênero, experiências, raças e visão do mundo.
Como ela pode ajudar a empresa?
Um grupo com diferentes visões e percepções do mundo, pode, de início, dar a entender que gerará muitos conflitos. E essa ideia não está longe de ser verdade, porém em um ambiente corporativo, onde diversas opções devem ser abordadas para a solução de problemas, uma diversidade de opiniões pode facilitar na tomada de decisão.
Talvez, o colaborador A, tenha uma forma de ver a questão, enquanto o colaborador B tenha outra. Um colaborador C, em posto de tomar a decisão, aliado a sua própria visão e as duas novas perspectivas apresentadas, terá uma gama maior para traçar o caminho.
Além disso, falando de employer branding (basicamente a reputação da empresa) terá uma melhor visão, pois apresentará a quem vê de fora, uma organização sem preconceitos, que abraça as diferenças.
Quais os benefícios da diversidade nas empresas?
O principal ponto é a redução de conflitos. Empresas que têm um investimento em diversidade, tendem a gerar essa diminuição, pois, o funcionário sente-se mais acolhido e seguro, o que pode até gerar a queda do turnover.
Engajamento também é um benefício nítido nessa questão. O colaborador sentirá o ambiente de trabalho mais leve, livre de preconceitos enraizados. Dessa forma, passará a ter uma conexão mais viva e fluente com seu contratante.
Segundo pesquisas da Harvard Business, organizações que possuem reconhecidamente investimentos em ambiente diversificado, tendem a possuir funcionários 17% mais engajados e dispostos a irem além das suas responsabilidades.
Falando de Brasil, um país com múltiplas diversidades etnias e religiosas, acaba que esse tipo de ação faz parte de qualquer empresa em seu cumprimento do papel social.
Por fim, ainda segundo a pesquisa, cerca de 15% das empresas com diversidade em quadro de colaboradores, possuem aumento além da média em suas receitas.
Como promover a diversidade nas empresas?
Existem alguns passos que qualquer empresa pode seguir para promover diversidade em seu ambiente de trabalho.
- Analisar quadro de funcionários
- Primeiro passo é avaliar o perfil dos seus colaboradores. Elabore um diagnóstico e entenda os motivos que levaram a contratação de cada um deles.
- Valorize a diversidade
- Através da cultura organizacional, passe a entender se já corre algum tipo de valorização à diversidade. Crie pesquisas de clima organizacional e avalie se há grupos com sentimento de exclusão dentro do ambiente corporativo.
- Padrões no processo de recrutamento
- Há contratações sempre de pessoas formada na mesma universidade? Que moram em determinada região? Que possuem algum padrão? Caso a resposta seja sim, essa prática precisa ser abolida, o que impedirá que a empresa fique homogênea e sem perspectivas de mudança.
- Comunicação interna
- Além da empresa, os colaboradores precisam fazer parte de todas essas diversidades em questões de aceitação e entendimento. Precisa ficar claro que a ideia de que existem várias ideias e pontos é fundamental para o crescimento como um todo.
Como criar um programa de inclusão na empresa?
Para começar, é importante que esse programa de inclusão seja seguido por todos os departamentos das empresas. A criação de um documento terá como resultado a criação de diretrizes, que deixe de ser a iniciativa de uma pessoa, para ser de toda a organização, além da obrigação do cumprimento das ações definidas.
Caso seja muito complexo a implementação, a empresa poderá optar pela ajuda de algum profissional de fora, com experiência e cases de sucesso nessa área.
Mas o passo definitivo, de fato, será a reestruturação do processo seletivo. Abolindo quaisquer formas de contratação por pontos que fujam da ideia que representa a diversidade.
Para somar, um canal seguro de comunicação entre os colaboradores e a empresa deverá ser criado. É importante entender o que cada um pensa e espera do presente e futuro. Por fim, mantenha as comparações para que a inclusão continue trabalhando intensamente, avalie as melhorias e os ganhos que trouxeram ao longo do tempo.
Liderança entre mulheres e negros
Segundo o infomoney:
“O quadro econômico de 2020 gerou uma piora no mercado de trabalho brasileiro – e impactou as mulheres com mais força. O percentual de mulheres que estavam trabalhando ficou em 45,8% no terceiro trimestre de 2020, segundo os dados mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O nível mais baixo desde 1990, quando a taxa ficou em 44,2%”.
Já a pesquisa da plataforma de empregos Indeed, em parceria com o Instituto Guetto, entrevistou mais de 200 profissionais negros e constatou que 47,8% dos entrevistados não têm a sensação de pertencimento nas empresas em que trabalham.
Números, esses, que mostram que por mais que a luta por direitos vem crescendo, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Tornar a diversidade em empresas ainda mais importante.
Liderança LGBTQ+ nas organizações
Em 2019, o Linkedin elaborou uma pesquisa que mostrou números sobre LGBTQ+ é a sigla destinada para a comunidade formada por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queers.
Nesse estudo, cerca de 35% dos entrevistados já sofreram algum tipo de discriminação velada ou direta. Onde, 25% já contaram, sendo que 50% já contaram aberta sua opção.
Cerca de 25% contaram apenas para alguns colegas e os outros 25% ainda não se manifestaram.
Entre os profissionais que não contaram abertamente sua orientação sexual, os três principais fatores que fizeram as pessoas não compartilharem são os seguintes:
- Não ver necessidade (51%);
- Não gostar de falar sobre a vida pessoal (37%);
- Medo de represália por parte dos colegas (22%).
Alguns dados sobre a diversidade no Brasil
O Brasil, mesmo sendo um país tão diversificado, apresenta número alarmantes, como podemos ver a seguir:
- Segundo a ONU, cerca de 16,2 milhões pessoas vivem em extrema pobreza no Brasil, onde 70,8% são afro-brasileiras;
- Brasil 5º país mais violento para mulheres no mundo, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada;
- A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado.
- Apenas 6% dos negros têm diploma universitário;
- De acordo com um estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial, no ritmo atual seriam necessários 95 anos para que mulheres e homens atingissem situação de plena igualdade no Brasil;
- A cada hora um LGBTQ+ é vítima de violência física no Brasil, e a cada 26 horas um LGBTQ+ é assassinado. Sendo que a expectativa de vida para uma pessoa trans é de 30 anos; – A maioria das crianças com síndrome de down, passam a infância isoladas por não serem aceitas nas escolas, jovens não conseguem empregos e idosos ficam em instituições.