Muito se fala sobre diversidade atualmente, e esse tema também chegou ao mundo corporativo. Mas, você já se perguntou o que é diversidade nas empresas?
Equipes diversas são aquelas compostas por pessoas de diferentes gêneros, formações, etnias, idades, visões e vivências. Com isso, é possível promover mais igualdade, inovação e criatividade nas empresas.
A preocupação em promover ambientes de trabalho que oferecem oportunidades para pessoas de diferentes ideias e culturas é crescente no meio corporativo. Além disso, essa passou a ser uma das prioridades do RH das empresas. Quer saber mais sobre o assunto? Então continue essa leitura!
O que é diversidade?
A ideia de diversidade tem a ver com a presença de diferentes características em um grupo de pessoas. Assim, uma equipe diversa é composta por pessoas diferentes, seja quanto à formação, orientação sexual, raça, gênero, nacionalidade, visão de mundo, histórico cultural ou mesmo experiências.
Por isso, ao pensar na diversidade dentro das empresas, é preciso se perguntar:
- Como é composto o quadro de funcionários do negócio?
- O time atual possui pessoas com diferentes perfis?
- Todos são formados na mesma universidade ou há variedade de formações?
Incluir diversas pessoas nas empresas é uma maneira de resolver problemas mais rápido. Isso porque pessoas com diferentes experiências e capacidades podem se complementar e trazer novas ideias e soluções.
Como a diversidade pode ajudar sua empresa?
Uma empresa que abraça as diferenças e é livre de preconceitos consegue construir uma marca de empregador mais forte. Essa iniciativa também ajuda a desenvolver um clima organizacional que propicie o crescimento profissional e pessoal dos colaboradores.
Para identificar a diversidade na companhia, é preciso analisar os grupos de afinidade. O RH deve olhar para os grupos minoritários para compreender se a empresa já é naturalmente diversa.
Mas, você sabe o que são grupos de afinidade? Confira agora:
- Grupos de afinidade cultural, étnica e racial – É composto por pessoas negras, de diferentes nacionalidades, falantes de diversas línguas, imigrantes. povos indígenas, de diferentes culturas ou religiões;
- Grupos de afinidade sexual, de gênero e de identidade – Composto por pessoas transgênero, membros da comunidade LGBTQIA+, indivíduos não-binários, etc.
- Grupo de afinidade social – Composto por mulheres cis e trans, PCDs, pessoas idosas, mães, pais, e outros.
A diversidade só acontece de verdade quando a empresa acredita que as diferentes experiências trazem mais riqueza ao ambiente de trabalho. Também quando a companhia entende que a diversidade contribui para o alcance dos resultados de forma significativa.
Benefícios da diversidade nas empresas
São diversas as vantagens de investir na diversidade nas empresas. Por exemplo:
- Melhor gestão de risco;
- Mais oportunidade de inovação;
- Maior conexão com públicos formados por diferentes grupos de afinidade;
- Mais visibilidade diante da concorrência;
- Aumento do marketing boca a boca, o que colabora para a atração e retenção de talentos.
Hoje em dia, as pessoas procuram trabalhar em empresas onde possam ter um propósito e não apenas ganhar um salário. Por isso, promover a diversidade na empresa aumenta o engajamento das pessoas e cria uma cultura organizacional única.
O colaborador consegue enxergar o valor de fazer parte de uma organização que pensa dessa forma. Por outro lado, o contratante vê o valor de ter sempre o melhor que cada indivíduo pode oferecer, independente de quem seja.
Como promover a diversidade nas empresas?
Agora que você já conhece um pouco melhor os benefícios da diversidade, vamos falar sobre como impulsioná-la. Confira algumas ações:
Analise o quadro de funcionários
Faça um diagnóstico do quadro de colaboradores para entender claramente como ele está composto. Busque entender as razões que levaram aquelas pessoas a serem contratadas e o que pode ser feito para tornar essa equipe mais diversa.
Desenvolva a cultura organizacional
É importante se questionar se a empresa procura sempre o mesmo perfil de profissional ou se valoriza a diversidade, a inovação e a inclusão. É importante analisar o quadro e realizar uma pesquisa de clima organizacional para compreender se certos grupos se sentem excluídos no ambiente corporativo.
Invista em comunicação interna
Valorizar o respeito às diferenças e promover treinamentos sobre conscientização é uma forma de influenciar os funcionários a apoiarem a diversidade. Trabalhar o acolhimento entre os colaboradores deve ser uma iniciativa da organização.
Promova ações práticas
Crie comitês de diversidade
Por meio de encontros, pesquisas e debates, esses colaboradores se reúnem para empoderar e ajudar outros funcionários a terem mais voz na companhia. Eles podem ajudar o RH a identificar cenários e criar estratégias para implementar a diversidade.
Políticas internas
As diretrizes internas da companhia quanto à diversidade devem ser definidas para traçar metas e ajudar na cultura organizacional. Crie manifestos de diversidade aos quais todos os colaboradores tenham acesso.
Como criar um programa de inclusão na empresa?
Um programa de inclusão reúne diretrizes que devem ser seguidas pelo RH e também pelos demais departamentos. Este documento tem como objetivo definir normas que potencializem a inclusão em todas as contratações.
Quando esse tipo de iniciativa é registrada, ela deixa de ser restrita a apenas um profissional ou a um grupo, e passa a integrar a cultura interna. Confira passos essenciais para a criação de um programa de inclusão:
Procure a ajuda de especialistas
Se sua empresa não tiver profissionais capacitados para conduzir esse tipo de iniciativa, não tem problema. É possível buscar um especialista de fora da empresa, que tenha a vivência e a experiência necessárias para indicar as ações que devem ser priorizadas e a forma como devem ser conduzidas.
Reveja os processos seletivos
A diversidade nas empresas começa no processo seletivo. Por isso, é preciso rever como o processo é feito do começo ao fim. É preciso eliminar traços de discriminação e aplicar ações que incentivem a inclusão.
Por isso, deve-se procurar candidatos com formações diferentes ou que estejam fora do grupo de perfis pré-definido. Dessa forma, a empresa não corre o risco de se tornar homogênea e sem perspectiva de mudanças.
Escute as pessoas
Para ter um processo focado nas pessoas, elas devem ter tempo e espaço para serem ouvidas. Crie canais de comunicação transparente na empresa. Assim, as equipes poderão participar do processo de inclusão de forma ativa.
Crie indicadores diversidade e inclusão
Até mesmo a diversidade nas empresas pode ser medida por meio de indicadores. É possível acompanhar a taxa de representatividade dos grupos afirmativos, a satisfação entre eles, a diversidade no recrutamento e outras.
Por que as empresas estão olhando para esse tema?
Inclusão e diversidade são partes fundamentais das boas práticas de governança corporativa. Para garanti-las, é importante desenvolver lideranças que pertencem a grupos minoritários e criar uma cultura de inovação, tornando a empresa mais sustentável a longo prazo.
Com as práticas certas, é possível melhorar a imagem da empresa diante do mercado, aumentar a inovação e atrair investidores. Empresas com mais diversidade conseguem, inclusive, mais ganhos com inovação.
Dados sobre a diversidade no Brasil
Diversidade, inclusão e igualdade de gênero se tornaram pautas de movimentos sociais, empresas e marcas brasileiras. Porém, mesmo com avanços nesse quesito, os dados relacionados à diversidade no Brasil não são animadores. Confira:
- De acordo com os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) de 2021, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7,4% entre pretos e pardos eram extremamente pobres (contra 3,5% entre brancos) e 31,0% eram pobres (contra 15,1% entre os brancos);
- Além disso, na análise combinada entre sexo e cor ou raça, as mulheres pretas e pardas apresentaram as maiores incidências de pobreza (31,9%) e extrema pobreza (7,5%);
- Conforme o estudo Women, Peace and Security Index, do Instituto para Mulheres da Universidade de Georgetown, o Brasil está no 80º lugar de 170 países no ranking de inclusão das mulheres, acesso à justiça e segurança;
- Um estudo do Fórum brasileiro de segurança pública aponta que em 2021, ocorreram um total de 1.319 feminicídios no país e de mais de 56 mil estupros de mulheres, incluindo vulneráveis;
- Uma CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens indica que um jovem negro é morto no Brasil a cada 23 minutos;
- De acordo com o Relatório: Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil, 237 LGBT+ morreram vítimas da homotransfobia no Brasil em 2020;
- Conforme pesquisa do IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, em 2013, 6,2% da população do país possuía algum tipo de deficiência, e apenas 441 mil PcDs estavam empregadas, o que corresponde a menos de 1% do total de empregos formais no Brasil.
Liderança entre mulheres
Mesmo com o espaço que suas lutas têm ganhado, mulheres ainda enfrentam problemas como desigualdade salarial, baixa representatividade e violência de gênero. Quando falamos de mulheres negras, o desafio é ainda maior.
Segundo estudo realizado pela Grant Thornton, mulheres estão em apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil, apesar de serem a maior parte da população. Além disso, elas ganham em média 20,5% menos que homens no Brasil.
Liderança entre negros
Após mais de 130 anos da abolição da escravatura no Brasil, pessoas negras ainda precisam lutar por igualdade. 56% da população brasileira se declara preta ou parda. Apesar disso, somente cerca de 4% dessa população ocupa cargos de liderança nas empresas.
Para reduzir essa disparidade, a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza o Movimento Raça é Prioridade, uma de sete iniciativas da Ambição 2030. O movimento busca promover mais negros na liderança até 2030.
Liderança LGBTQIAPN+ nas organizações
A sigla LGBTQIAPN+ inclui pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, queer / questionando, intersexo, assexuais / arromânticas / agênero, pan / poligênero, não-binárias e mais.
Essas pessoas também precisam lutar constantemente por igualdade de direitos. Mas, muitas acabam sendo excluídas de processos seletivos apenas devido à sua orientação sexual.
Prova disso é que, segundo a pesquisa Diversidade e Inclusão (D&I), realizada pela consultoria global Great Place To Work (GPTW), somente 8% das lideranças de empresas são LGBTI+. Nos cargos de presidência, esse número cai para 6%.
O estudo também aponta que apenas 10% dos funcionários em geral se autodeclaram LGBTI+. Este também é o grupo que mais escuta piadas e comentários preconceituosos: 24% afirmam terem presenciado com muita ou alguma frequência.
Conclusão
Empresas que investem em diversidade estão alinhadas com boas práticas de governança corporativa. Além disso, criam um ambiente de inovação e crescimento pessoal e profissional para os colaboradores.
Para alcançar esse objetivo, as empresas devem desenvolver lideranças que pertencem a grupos minoritários. A consequência disso é uma cultura de inovação, que torna a empresa mais sustentável com o passar do tempo.
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