Se contratar pessoas na área de tecnologia é algo complicado hoje em dia, a inclusão de pessoas com deficiência nesse setor é ainda mais difícil, mas já é possível ver empresas se preocupando com isso.
No Brasil, 8,5 milhões de pessoas com deficiência estão no mercado aptas para trabalharem, mas ainda não tiveram oportunidade de entrar em uma grande empresa e mostrar o seu potencial.
Entretanto, já há empresas se movimentando para mudar esse cenário!
PCD e a tecnologia
O Santander é uma das empresas que estão de olho no potencial dos PDCs. O banco chegou a abrir vagas pontuais para contratar pessoas com deficiência para vagas de tecnologia, mas foi um desafio encontrá-las. Mas foi aí que resolveram fazer diferente.
Em parceria com a TAQE, eles criaram um projeto que teve mais de 1.200 pessoas inscritas e o processo de seleção demorou aproximadamente 6 meses, entre seleção e capacitação.
O grande sucesso desse programa foi a capacitação desses profissionais. O Santander tem uma demanda por profissionais de tecnologia, queria trabalhar com PCDs. A saída foi descobrir o que era necessário para juntar as coisas.
Em um primeiro momento pensaram em trazer profissionais com deficiência, mas que já soubessem de lógica de programação. Só que eles tiveram várias dificuldades logo de início.
A segunda opção foi trazer um profissional que tivesse um raciocínio lógico e o banco treinaria e capacitaria essa pessoa em lógica de programação e daria sequência no ensino.
Desenvolvendo o processo de inclusão
Foram feitas diversas dinâmicas de grupo envolvendo gestores e ao fim foram contratados 70 profissionais.
Um parceiro foi contratado para desenvolver o curso e a turma foi dividida em front-end e back-end. Assim que o treinamento foi concluído, os profissionais já começaram a trabalhar no Santander.
Esse exemplo do Santander mostra que programas de inclusão não são só responsabilidades do RH, tem muita gente envolvida, como time de tecnologia, de educação corporativa, é um desenho a muitas mãos.
Habilidade não tem limite
Há muitos anos o banco já cumpre o que é lei quando se fala de contratar pessoas com deficiência. Mas o Santander quis buscar além disso, pois sabe que há muitos talentos no mercado.
E para fomentar o assunto, a empresa tem um grupo com mais de cem pessoas que trabalham de forma multidisciplinar e desenvolvem projetos para toda a organização – tanto de melhorias quanto de conversas com a alta liderança.
Muito do que acontece no mundo corporativo é o julgamento da habilidade e capacidade da pessoa com deficiência. Quando uma pessoa cega usa o computador, não temos ideia de toda a tecnologia por trás e toda a habilidade desenvolvida por essa pessoa.
As pessoas com deficiência têm habilidades comuns, igual a todos, e habilidades únicas de fazer coisas que podem ser muito bem utilizadas dentro do universo corporativo.
Vale lembrar que o Brasil tem 45 milhões de pessoas com deficiência e são potenciais consumidores!
Contratação dos profissionais
Assim que o processo de seleção terminou, o Santander contratou os 70 profissionais, que fizeram a integração, e, em seguida, foram fazer a formação com a empresa parceira.
No onboarding, eles puderam ver como é o dia a dia de trabalho no banco, quais são os comportamentos corporativos, como funciona a academia.
Por ser uma instituição financeira, alguns cursos são obrigatórios para todos. O Santander não é só mais um banco, há todo um ecossistema na empresa. Todos os funcionários trabalham com metas, tem avaliação de desempenho.
A carreira é muito voltada para a questão do protagonismo, de buscar o que quer, se desenvolver para conseguir as oportunidades.
Benefícios na contratação
Quando se tem um profissional PCD e outras pessoas conseguem se colocar no lugar dele, para trabalhar lado a lado, há muita empatia.
Há uma grande diversidade no banco e o Santander quer ser, cada vez mais, o reflexo da sociedade. E olhando para benefícios, o engajamento das pessoas é algo que acontece, tanto que o banco é uma das dez melhores empresas para se trabalhar no Brasil.
Medindo os indicadores
O que não se mede não tem como ser mensurado – onde estamos e para onde queremos ir. Hoje, no Santander, o líder tem acesso a um dashboard onde consegue saber quais são os colaboradores PCD da sua equipe e como eles estão se desempenhando.
É papel da liderança também desenvolver esse profissional, saber como ele está e onde quer chegar. Feedbacks também são importantes.
Próximos passos
O programa de inclusão do banco Santander está sendo a base para o desenvolvimento de vários outros. A empresa já começou a pensar qual será o próximo projeto relacionado à contratação de pessoas com deficiência, e pretendem desenhar esse programa, ir para o mercado, iniciar o processo seletivo junto com a TAQE, contratar, formar e fazer o onboarding onde cada pessoa vai receber metas.
Existe cada vez mais empresas que querem fazer a diferença e que querem ser mais inclusivas e não somente contratar.
E quando o banco diz sobre ir para o mercado, ele também se refere a outras empresas. Para o Santander é preciso se unir cada vez mais com outras companhias para trabalharem em conjunto. É o dividir para prosperar, para que todas as empresas sejam reflexo da sociedade.