O trabalho híbrido já não é mais uma novidade e cada vez mais as tendências sobre o futuro do trabalho apontam que as empresas estão inclinadas a adotar este modelo como o padrão.
No modelo híbrido, se alternam, na semana, os dias de trabalho no escritório e os dias em Home Office. Optar por este modelo pode trazer várias vantagens como um escritório físico menor e, consequentemente, mais barato.
Entretanto, essa opção ocorre pois o Home Office foi bom em certos pontos estratégicos, mas em outros não. E, apesar de no início da pandemia as empresas terem receio de que o trabalho remoto não seria produtivo, elas viram que este conceito estava errado.
Elas também foram desafiadas a desenvolver uma liderança que contemplasse as particularidades do remoto, e com isso gestores e colaboradores precisaram se abrir para testar novas possibilidades de colaboração e comunicação.
Algumas companhias ainda encontram desafios quando falamos de saúde e bem-estar, muito por conta da influência da pandemia na saúde mental no Home Office.
E o trabalho híbrido pode ser uma solução para esse problema. Uma pesquisa da Runrun.it mostrou que 43% das pessoas ouvidas têm dificuldades de se desconectarem no fim do expediente quando estão trabalhando remotamente.
Um dos motivos dessa não desconexão podem ser os líderes. Muitos não conseguiram readaptar a forma como avaliar a produtividade de seus colaboradores. Antes esta percepção estava ancorada no esforço de cada um e hoje depende de softwares de gestão e do exercício constante de confiança entre as pessoas.
Mas, mesmo diante de desafios, os colaboradores puderam olhar o escritório físico de uma outra forma. Algumas ideias sobre como seria a rotina ideal de trabalho foram transformadas por desejos de mais flexibilidade e bem-estar, coisas que antes eram tratadas como distantes do dia a dia de uma empresa mais conservadora, por exemplo.
E, apesar do trabalho híbrido não ser a realidade de muitos, as empresas já estruturam maneiras de unir as vantagens do modelo sem prejudicar o crescimento profissional das equipes, bem como o crescimento da companhia.
Qual a diferença entre trabalho remoto e o trabalho híbrido
Para ficar claro a diferença entre os modelos de trabalho, confira abaixo um pouco mais sobre eles:
Trabalho híbrido
Nesse modelo, os funcionários de uma empresa passam parte dos dias da semana trabalhando em casa e a outra parte trabalhando no escritório.
Entre os principais benefícios deste modelo estão:
- a possibilidade de reduzir os custos da empresa;
- o trabalhador perde menos tempo ao se deslocar até o escritório;
- mais flexibilidade e liberdade para o time;
- baixa rotatividade, já que os profissionais se sentirão mais valorizados;
- comodidade e qualidade de vida;
- pedida ideal para melhorar os resultados obtidos pelo time no fim do mês.
Trabalho remoto
Como o próprio nome diz, na opção remota, o colaborador trabalha de qualquer lugar, ou seja, desde que tenha as ferramentas necessárias, ele pode trabalhar da sua casa, de um hotel ou de um coworking.
Mesmo trabalhando remotamente as tarefas e as metas deste profissional continuam as mesmas. Por isso o colaborador precisa ter habilidade e a responsabilidade para arcar com as suas obrigações, mesmo estando longe de um ambiente corporativo.
Entre os benefícios do trabalho remoto estão:
- Mais liberdade para definir onde será o seu ambiente de trabalho;
- Mais qualidade de vida, uma vez que o colaborador não precisará gastar tempo no trânsito ou realizando outras correrias do dia a dia;
- Economia de tempo, será possível focar as suas energias em outras atividades valiosas e que estimulem o seu crescimento;
- O desempenho no trabalho remoto também tende a ser melhor. Tudo isso, graças ao aumento da autonomia e flexibilidade na agenda;
- A carga horário se torna mais dinâmica e a supervisão pode ser reduzida. Fato este, que melhora a relação entre o trabalhador e a empresa.
Qual modelo adotar?
Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa de Economia Política da Universidade de Stanford mostrou que 55% dos trabalhadores norte-americanos gostariam de trabalhar no modelo híbrido.
Já a pesquisa feita pelo Chartered Institute of Personnel and Development (CIPD), apontou que no Reino Unido o trabalho remoto deve chegar a 37% dos trabalhadores. Enquanto isso, na China, a Alicia Tung, COO (Chief Operating Officer) do Instituto Great Place to Work, acredita que em cerca de 10 anos a divisão em porcentagem do trabalho será algo em torno de 60/40 entre presencial e remoto.
Mas e no Brasil? Em uma pesquisa feita pela Runrun.it 57,5% dos colaboradores afirmam que gostariam de continuar trabalhando remotamente todos os dias da semana. Porém, entre os gestores, esse número é quase três vezes menor, mas a vontade de trabalhar a distância alguns dias da semana é muito similar para colaboradores (81,5%) e gestores (82,7%).
Voltar ou não ao escritório é uma decisão que precisa ser tomada em conjunto e em um curto espaço de tempo, pois a pandemia já está dando sinal de que está chegando ao fim e muitos devem voltar aos escritórios físicos.
Algumas áreas, como a de recrutamento e seleção, já conseguem contar com ferramentas que ajudam nesse processo. No TAQE, por exemplo, os recrutadores conseguem acompanhar todas as etapas do processo de onde estiverem – seja em suas casas ou no escritório.
Além disso, o software pode aumentar em até 400% a eficiência dos processos seletivos, automatizando e centralizando toda a gestão. Experimente o TAQE!
Como deve ser o “novo” escritório?
Com a volta de alguns colaboradores ao escritório e outros ficando remotamente é preciso rever qual será o papel dos escritórios na rotina das equipes, ou seja, é necessário definir quais atividades só podem ser feitas presencialmente.
E para isso, as companhias precisam incluir os colaboradores nesta decisão, pois são eles que sabem melhor do que ninguém quais tarefas são mais bem executadas presencialmente.
É importante lembrar que cada setor vai ter uma impressão sobre o real valor do escritório. Para área de vendas, por exemplo, a relevância pode ser muito maior do que para a área de produtos ou desenvolvimento.
O que se tem observado, em geral, é que as equipes têm deixado as reuniões presenciais para tarefas que precisam de mais interações, como brainstorms; já o trabalho remoto fica para tarefas que precisam de concentração ou que levam mais tempo para serem executadas.
Esse cenário mostra que as organizações precisam ver o remoto e o presencial como parceiros e iguais no trabalho híbrido, ou seja, precisam evitar atribuir as idas ao escritório como uma capacidade de maior produtividade e entrega de tarefas.
Como fica a gestão de pessoas?
Apesar de ser um fato de que o trabalho híbrido é uma preferência entre os colaboradores, a gestão precisa ficar atenta e equilibrar a forma como lida com os times quando estão remotos e presenciais ou ao mesmo tempo.
A gestão de pessoas permanece no modelo híbrido enquanto entre os colaboradores, muitos podem se sentir desmotivados se, ao trabalhar em casa, perceberem que quem está trabalhando no presencial tem uma delegação de tarefas e um reconhecimento mais justo.
Isso pode fazer com que as empresas tenham que lidar com o aumento de turnover e terem dificuldades para implementar com assertividade o trabalho híbrido. Para evitar isso, confira algumas dicas:
- Fortaleça a coleta de dados transparentes sobre a produtividade dos colaboradores;
- Capacite a equipe para a flexibilidade da própria jornada como a dos colegas;
- Invista em espaço e tecnologia para unir os mundos físico e digital;
- Nunca deixe de analisar a exaustão digital dos colaboradores;
- Faça feedbacks frequentes;
- Crie benefícios para atender de maneira justa os dois formatos;
- Fortaleça a comunicação assíncrona na equipe;
- Ajuste a forma como as reuniões são feitas para que nenhum membro fique desfalcado.
Vale lembrar que tanto a comunicação quanto a conexão com a equipe e as tarefas carregadas precisam ser prioridade dos líderes, para que não falte equilíbrio!