Transformação digital no RH: não é sobre ferramentas, é sobre pessoas

A implementação da transformação digital está sendo norteada pela integração e otimização de procedimentos através da tecnologia. Mas, será mesmo que esse é o melhor caminho?

2020 foi um ano muito importante, além de claro, bastante difícil. A era digital comprou no ano passado que a revolução está só começando. Modificamos totalmente a forma como interagimos, nos informamos, consumimos. Estamos em busca de processos agilizados, produtividade otimizada e equipes integradas. As empresas que não dançarem com essa música, deixarão de ser competitivas.

O “x” desta questão já é conhecido

Entretanto, há um grande “porém” nisso tudo. Embora os recursos tecnológicos sejam os impulsionadores dessa transformação, são as pessoas as verdadeiras protagonistas da construção de uma cultura digital em uma companhia – e é aí que a área de gestão de pessoas passa ter um papel ainda mais estratégico.

A busca por maior integração e otimização dos procedimentos com o uso da tecnologia é o que norteia a implementação da chamada transformação digital na maioria das empresas hoje em dia. Porém, o que se percebe é que a ansiedade de se aplicar novas ferramentas faz com que o principal objetivo seja colocado em segundo plano, inclusive prejudicando a aceitação da mudança. O que queremos com a digitalização dos nossos processos de trabalho é, acima de tudo, gerar valor às pessoas: clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros.

O que queremos alertar aqui é que a automação da operação é importante e necessária, mas ela só trará resultados se houver a conscientização das equipes, em especial a equipe de RH. E, como é essa a nossa área, já queremos trazer o assunto user experiencie para a mesa. Um RH pautado em dados – “People Analytics ” – é fundamental para fazer com que a área de gestão de pessoas e todos os colaboradores possam acompanhar a velocidade da empresa em sua jornada de implementação do digital. Ou seja, ser previsível, evitar problemas e antecipar melhorias. Parece até mágica, não é mesmo? Mas, é totalmente possível através do People Analytis.

O RH tem um grande desafio que a transformação digital está exigindo: desenvolver mecanismos que sejam capazes de humanizar a tecnologia a ponto de melhorar o dia a dia do colaborador. Lembre-se: colaboradores felizes, clientes felizes. Employee Experience tem relação direta com a transformação digital.

Você deve estar se perguntando: “Como fazer isso?”. Nós temos algumas dicas sobre como você pode iniciar o seu pensar crítico, analítico e estratégico:

Os bots: as novas estrelas das empresa

Eles são robôs dedicados a fazer o atendimento a colaboradores sobre questões relacionadas a pagamentos, plano de saúde e outros benefícios, trazendo autosserviço sem perder o aspecto humanizado.

Junto com eles, pode-se focar na metodologia Lean e no Design Thinking. Ambas com o objetivo de criar um modelo de organização de times, focando na agidlidade de entrega e maiores níveis de satisfação do cliente.

A implementação de metodologia Lean e soluções de design thinking também resultam em um novo modelo de organização dos times, o que torna possível ter mais agilidade nas entregas e um índice maior de satisfação do cliente.

Os colaboradores precisam acompanhar a evolução

Uma nova responsabilidade que o RH tem é liderar a conscientização em relação ao entendimento sobre como a tecnologia pode ser aplicada na realização das atividades operacionais. Isso, liberará os funcionários a se dedicarem às atividades mais estratégica. E, esse importante passo deve iniciar dentro dos próprios times de RH. Nós precisamos parar de agir operacionalmente e começar a agir estrategicamente.

Se não há pessoas querendo sair de suas zonas de conforto, não há mudança. É preciso mudar os comportamentos e não apenas ter novas ferramentas operando.

Transformação digital e a mudança cultural

Adotar a transformação digital no RH significa, portanto, permitir que a tecnologia seja incorporada de maneira central no cotidiano da companhia, de modo a influenciar diretamente o fluxo de trabalho. Mas, para atingir este objetivo, é preciso também realizar uma mudança cultural, no mindset de líderes e suas equipes.

A capacidade inovadora é uma das habilidades que estarão em alta nos próximos anos. É preciso, mais do que nunca, pensar fora da caixa, inovar e testar. As empresas que não proporcionarem claros benefícios para clientes e colaboradores talvez não consigam sobreviver. Muito mais do que simplesmente alterar sistemas, trata-se de uma mudança na forma como se pensa, se atua e o que isso agrega na experiência proporcionada às pessoas.

Uma mudança cultural só é possível com um RH liderando o processo. Por isso, o time passa a ser o eixo central para o sucesso nesta etapa. O objetivo é engajar e criar mecanismos de comunicação para que todos se adaptem às mudanças de uma forma sutil, harmoniosa, eficiente e curiosa. O segredo está em equilibrar as necessidades essenciais: o negócio, os líderes e as pessoas.

É hora do RH ativar o modo BETA, implementar transformações dinâmicas, fazer testes, errar e então entender como o negócio seguirá da melhor forma nos próximos anos.

A cultura digital não deve ser um objetivo e sim um modo operante. As ferramentas que são inovadoras hoje não serão mais em alguns anos e, se a cultura digital estiver sempre presente, certamente a empresa estará sempre impulsionando os novos rumos do amanhã. A transformação digital e o sucesso no futuro dos negócios começa pelo RH. O que você está fazendo para contribuir com isso?

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